
Nos papéis do trisavô, Antônio Stivanin 17/08/1879, pude ver que ele foi registrado na Comune di Malo, província de Vicenza, região de Veneto. Assim, todos nós que pedirmos a cidadania, tb seremos registrados em Malo.
“Em 1897 Antonio Giuseppe Stivanin e a esposa Catarina e o único filho saíram de Vicenza na Alta Itália e vieram como imigrantes lavradores para o Brasil. Como não possuíam dinheiro para pagar a passagem, pai e filho trabalharam como carvoeiros do vapor e Catarina, como lavadeira (lavava roupa da tripulação).
No mesmo vapor saídos de Magré na Alta Itália vieram Pio Tozzato, sua esposa Tereza Cestarini Tozzato e os três filhos Adélia, Clara e José.
As duas famílias conheceram-se no navio e separaram-se no cais do porto do Rio de Janeiro, após 40 dias e 40 noites de viagem.
Paulo Emílio Gioseffi esperava no Rio a família de Antonio Stivanin e Mercedes Esteves a de Pio Tozzato.
Antonio foi inicialmente para a Fazenda do Vargas e posteriormente para a fazenda Catangalo onde trabalhou como carpinteiro. Trabalhou também como mestre padeiro e sapateiro.
Pio Tozzato foi com a família para a fazenda Santa Catarina na estrada Valença – Barra do Piraí e depois para a fazendo do Destino.
Depois de algum tempo sai Antonio da fazenda Cantagalo, para ser colono da fazendo do Destino.
Era como o próprio nome da fazenda o “Destino” de Antonio e Clara, que se cumpria pois unia novamente os jovens que se encontraram no vapor e se separaram no cais do Rio de Janeiro.
Cumprindo o que havia sido traçado por Deus casam-se Antonio Stivanin e Clara Tozzato. Mudam-se para a fazenda Campo Alegre, na ponte do prado, lugar que se chama Colégio. Aí Antonio trabalhou como construtor de casas para colonos. Construiu também um moinho de água, para moer milho, que está funcionando até hoje. Trabalhador juntou economias e de Campo Alegre muda-se para um sítio que comprou na Serra das Cobras. Nele havia apenas uma casa de sapé com chão de terra batida. Ele começa então a fazer melhorias na moradia, construindo uma casa melhor.
No sítio comprado plantou milho para fubá, cana para fabricar cachaça e açúcar mascavo, fabricava queijo e plantou também boa qualidade de café. Beneficiava o café na Fazenda Santa Inácia, e o embarcava para o Rio de Janeiro.
Com o dinheiro economizado comprou a chácara Stivanin, no Monte D’ouro, onde montou uma olaria e um curtume. Na olaria fabricava telhas e tijolos usados em casas que construiu a volta da chácara e em outros lugares da cidade como por exemplo: Fazenda Chacrinha, Fabrica Santa Rosa e Fábrica Progresso.
Do curtume o couro ia para Benfica, no Rio de Janeiro e daí para o Ministério da Guerra, para a confecção de perneiras e cuturnos.
Na chácara além destas atividades havia também agricultura e criação. Plantava-se verduras, legumes e frutas.Criava-se galinhas, patos e porcos. Ta produção abastecia a cidade com produtos fresquinhos diariamente e também o 5º grupo de artilharia de montanha.
Antonio e Clara tiveram dezoito filhos e criaram treze, sete homens e seis mulheres, mas, se perderam cinco dos 18 filhos pelo menos três eles criaram, além dos seus, pois, quando ainda na Fazenda Campo Alegre uma família de colonos imigrantes contemporâneos de Antonio passa por um grande problema. A mãe da família adoece gravemente. O pai fica sobrecarregado, com os afazeres da fazenda e os da casa. E por incrível que pareça, sofre um acidente fatal no campo.
A esposa desesperada, sabendo que também iria falecer chama Antonio Stivanin e lhe entrega os 3 filhos Águeda, Aldophina e Marcos com mais ou menos 4, 3 e 2 anos respectivamente. Antonio batiza Marcos e as crianças são trazidas e criadas como filhos, junto aos filhos que o casal possuía.
As meninas saíram da casa dos pais de criação após casarem-se.
O menino Marcos foi para o Rio de Janeiro, para trabalhar com Lourenço Januzzi Percebendo que o menino era super inteligente Sr. Lourenço o coloca para estudar.
Oito anos mais tarde chega um aspirante da marinha na chácara Stivanin. Antonio exclama Marcos! ... e os dois se abraçam fortemente em meio às lagrimas. Ele agradece e fala “Padrinho se não fosse o senhor ter me tirado da roça e o Sr. Lourenço me dado estudo eu não chegaria aonde estou..seria um homem do campo. Venho passar essa semana de férias com o senhor pois estou de viagem marcada para o Amazonas, vim rever minha família pois não sei quando voltarei”
Tiveram noticias de que ele chegou a almirante da marinha porém nunca mais foi visto, com paradeiro ignorado, talvez pela dificuldade das comunicações no inicio do século.
Dos filhos homens do casal Stivanin cinco foram ferroviários, trabalharam na E.F.C.B. Emílio, Luiz, Octávio, Paulo e Jadeir. Um foi militar, o sub-tenente do exercito e como militar, participou da Guerra, sendo componente do 1º regimento de cavalaria.
O pai aflito, fez uma promessa, se o filho voltasse com vida, ele doaria parte do terreno da chácara Stivanin para que fosse erguida uma igreja para São Sebastião no Monte D’Ouro, que o comissário Antonio Cupelo trouxe do Rio de Janeiro.
Foi lançada a pedra fundamental da igreja, com jornais, dinheiro da época retratos, tudo enfim que se coloca quando se lança a pedra fundamental de construções importantes. Antonio preparou os tijolos o madeiramento para o telhado, porem..teve uma surpresa que muito o entristeceu. Independente de sua vontade houve uma troca de terrenos e a igreja de São Sebastião foi transferida da Chácara para terras de Zequinha Moraes.
A transferência da pedra fundamental foi feita por D. Rodolfo, Padre Natanael e o Comendador José Fonseca, que vieram a chácara para fazer a remoção da mesma para o local onde hoje se encontra.
As seis mulheres dedicaram-se ao serviço domestico e são quatro delas exímias crocheteiras. Maria, Corina, Tereza e Clara, minha avó, que tem o mesmo nome da mãe.
Entre outras curiosidades fomos informados que os tijolos feitos na olaria que pertencia a Antonio Stivanin e Lourenço Januzzi era levados para construções no Rio de janeiro. Os queijos fabricados na chácara Stivanin eram vendidos na padaria Januzzi, local onde hoje temos a Agencia do BANERJ. O primeiro caminhão que cruzou as ruas de Valença foi comprado por Lourenço Januzzi e Antonio Stivanin.
Antonio e Clara estarão eternamente próximos pois na antiga chácara, hoje um loteamento com o nome de Vila Stivanin está a Rua Clara Tozzato Stivanin que se encontra com a rua Antonio Stivanin e se unem na pracinha, onde seus descendentes que habitam o local, cuidam e divertem as gerações que chegam, para aumentar ainda mais os mais de trezentos descendentes do único filho do casal Catarina e Antonio Giuseppe Stivanin.”